La princesse et le croque-notes (tradução)

Original


Georges Brassens

Compositor: Georges Brassens

Outrora, no lugar do jardim que aqui está
Era a zona e tudo o que dela decorre
Casebres, cortiços insólitos
Ruínas, mas nada romanas mesmo
Quanto à fauna que morava debaixo delas
Era a fina flor, era a elite

A fina flor, a elite da rua
Necessitados, pedintes, párias
Mendigos rivais em taras
Reincidentes, incapazes
Bem como um músico sem talento
Com destroços grudados no violão

Adotada por aquele belo mundo enternecido
Uma pequena fada tinha florescido
Em meio a toda aquela baixeza
Como a tinham encontrado perto do riacho
Abandonada num berço suntuoso
Por puro acaso, chamaram-na "princesa"

Ora, uma noite, Deus do céu, protegei-nos!
Eis que ela sobe no colo
Do músico e suspira suavemente
Mesmo assim corando um pouco
És tu que amo e, se quiseres, podes
Beijar-me na boca e até fazer coisa pior

Alto lá, princesa, vai devagar!
Eu não tenho tanto assim o estofo do sátiro
Tu tens treze anos, tenho trinta que soam
Grande diferença, e eu não estou muito a fim
De apalpar a palha úmida da masmorra
Mas, músico, não direi nada a ninguém

Não insistas, disse ele, com tom brincalhão
Primeiro, tu não fazes o meu tipo e, aliás
Meu coração já foi roubado por uma grande
Então, a princesa foi-se embora correndo
Então, a princesa foi-se embora chorando
Triste por terem recusado sua oferta

Não houve abuso de menor
O músico, de manhã bem cedinho
Saiu à francesa na carroça
Dos trapeiros, arranhando o violão
Passando por lá, alguns vinte anos depois
Ele tem a sensação de lamentar aquele dia

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