Compositor: Georges Brassens
Ele tinha por sobrenome Chifre de Auroques, olê! Olê!
Nem todo mundo pode-se chamar Durand, olê! Olê!
Ele tinha por sobrenome Chifre de Auroques, olê! Olê!
Nem todo mundo pode chamar-se Durand, ôlê! Olê!
Olhando para ele com olhos de poeta
Poder-se-ia achar, pelo seu frontal de profeta
Que tinha as grandes águas de Versalhes na cabeça
Chifre de Auroques
Mas, que o bom Deus lhe perdoe, olê! Olê!
Eram as da torneira! Olê! Olê!
Mas, que o bom Deus lhe perdoe, olê! Olê!
Eram as da torneira! Olê! Olê!
Poder-se-ia acreditar, vendo-o curvado sobre a onda
Que estava mergulhado em meditações profundas
Sobre o aspecto fugitivo das coisas deste mundo
Chifre de Auroques
Era - que lástima - para se assegurar, olê! Olê!
De que o vento não o tinha despenteado, olê! Olê!
Era - que lástima - para se assegurar, olê! Olê!
De que o vento não o tinha despenteado, olê! Olê!
Ele proclamava, com sons de trombeta, em todos os cruzamentos
Só os imbecis é que sabem fazer amor bem
O gênio artístico é coisa de cretinos!
Chifre de Auroques
Ele estudava muito, à luz de velas, olê! Olê!
Os tratados de conduta sexual, olê! Olê!
E, nas mulheres nuas dos museus, olê! Olê!
Fazia o rascunho de seus beijos, olê! Olê!
Pouco a pouco, olê! Olê!
Soube-se tudo sobre ele, olê! Olê!
Soube-se que ele era filho da pátria
Que era incapaz de arriscar a vida
Para colher um miosótis a uma moça
Chifre de Auroques
Que ele tinha um primo-neto, olê! Olê!
Alto funcionário entre os policiais, olê! Olê!
E que, nos dias de penúria, olê! Olê!
Fazia as refeições na casa dele, olê! Olê!
Foi até de volta da casa daquele antipático
Que caiu vítima de uma indigestão crítica
E recusou o socorro da terapêutica
Chifre de Auroques
Porque era a um alemão, olê! Olê!
Que se devia o medicamento, olê! Olê!
Porque era a um alemão, olê! Olê!
Que se devia o medicamento, olê! Olê!
Ele entregou a alma como pôde, maquinal
E, como sua vida não foi original
O Estado fez-lhe funerais nacionais
Chifre de Auroques
Então, sua viúva, gemendo, olê! Olê!
Dormiu com seu substituto, olê! Olê!
Então, sua viúva, gemendo, olê! Olê!
Dormiu com seu substituto, olê! Olê!