Compositor: Georges Brassens
Há risco iminente
Desde que as mulheres de bons costumes
Essas estraga-prazeres
Com inveja de Manon Lescaut
Vêm vender o seu pernil
Clandestinamente
Ela tiram o sujeito de cima
Da bela horizontal decepcionada
Pegam o seu lugar
Da boca do pobre meretrício
Elas retiram o pedaço de pão
Isso é nojento
Na verdade, digo-vos
Que há mais delas do que
Há maçãs na Normandia
Santa Madalena, protegei-nos
A profissão de mulher já não
Alimenta mais o Homem
Há essas meninas infelizes
Essas crianças que, chupando
O seu polegar de menininhas
Praticam a sedução
De maiores e, venalmente
Levantam o cueiro
Há aquelas peruas de alta qualidade
Aquelas baratas de salão de chá
Que se prosternam
Que, para redourar seu brasão
Vêm pendurar seus casacos de vison
Ao lampião
Há aquelas burguesinhas hipócritas
Que, com o consentimento de seu cornudo
Escrevente de cartório
A preço de atacado vendem seu corpo
Seus charmes que ainda cheiram
À batata
Então, abandonando a mulher de vida fácil
O cliente pode fazer sua escolha
Muito à vontade
E pagar, muito mais barato
Colegiais, donas-de-casa
E marquesas
Acrescente-se ainda que, hoje
A mania do ato gratuito
Está-se alastrando
Que criaturas se dão a comer
De graça e sem cálculos
Ah! Que putas!
Ela tiram o sujeito de cima
Da bela horizontal decepcionada
Pegam o seu lugar
Da boca do pobre meretrício
Elas retiram o pedaço de pão
Isso é nojento